30 junho 2006

Descobrindo as diferenças











Não. Não se trata de descobrir as diferenças entre dois desenhos numa página de diversão de qualquer jornal diário. Trata-te do antes e do depois. Duma verdade e duma consequência. Da requalificação inqualificável da Avenida dos Aliados no Porto. As fotografias foram-me cedidas por um amigo, também ele estupefacto com este atentado à inteligência e paciência dos tripeiros. Se por todo o pó que tivemos de engolir em seco durante as obras, por todas as quedas espalhafatosas nos passeios, por todos os ruídos sibilantes de escavadoras sem horário e generalizada confusão de peões e máquinas, nos tivessem premiado numa taluda de impostos, com uma avenida renovada mas inspirada nalguns valores que nos são gratos, não sentiria hoje este peso do fardo do mau gosto, nas imitações frustradas de avenidas e praças europeias. Salvou-se, ao menos, o Garrett.

27 junho 2006

Prodígios da Natureza (II)










(fotografias tiradas em Baturité e Guaramiranga, Ceará, Brasil, Abril/Maio 2006)

Numa miríade de cores, texturas, formas e odores, estas verdadeiras deusas da natureza festejam a primavera o ano todo. Em Baturité ou na Serra de Guaramiranga, reencontra-se a infância, respira-se o mundo inteiro. É uma espécie de polifonia do sensível. E o que é perturbador, é que por mais que a objectiva dispare liberdades, aprisionamos sempre uma beleza incomparavelmente menor do que aquela que a retina guardou.

21 junho 2006

Prodígios da Natureza (I)





(fotografias tiradas em Fortaleza, Ceará, Brasil, Abril/Maio 2006)


Há quase tantas variedades de coqueiros como os 300 dias que um coco demora a amadurecer.
Claro que é um exagero mas vale a pena consultar na net ou em diversas enciclopédias ilustradas, as variadíssimas aplicações que estes frutos "poliglotas" possuem. E depois há ainda os cocos-de-ganzá, os cocos-de-mugonguê e os cocos-de-zambé. Todos eles musicais e de "partir o coco a rir". Bons dançarinos também no corpo quente dos serrados.

19 junho 2006

Espírito vencedor



Em época de campeonatos, lembrando-me do Euro 2004, e após a derrota final contra a Grécia, houve um menino esperto, de olhos de amêndoas doces que disse quando confrontado com o facto de Portugal não ter ganho a taça:

Não, não, na casa da titi Portugal ganhou!

14 junho 2006

Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique

No passado dia 10 de Junho 2006, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, recebeu das mãos do não menos Presidente da República, Cavaco Silva, a distinção máxima daquela Ordem, ou seja, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pela promoção da cultura portuguesa. Notícia em www.publico.pt, do dia 11/6 e em www.cm-porto.pt.

Sensivelmente uma semana antes, tinham sido inaugurados pelo mesmo Rui Rio, os Eco-Cão, sanitários em pvc colocados em pontos estratégicos nos jardins do Porto, onde os fieis canídeos poderão fazer as suas necessidades mais urgentes, contando para isso com parte de um tronco de alguma árvore retirada a algum jardim municipal em renovação, com areia provavelmente surrupiada a alguma amálgama de cimento e areia de construção de carácter duvidoso e capital interesse e de pequenos sacos plásticos e respectivo caixote do lixo para onde os donos, obedientes, atirarão os restos do almoço ou do jantar dos seus amigos.

Também dias antes, o Dr. Rui Rio deu como concluída a traça final da "nova" Avenida dos Aliados. A calçada portuguesa, o lago, os bancos e demais espaços ajardinados deram lugar a um amplo auditório em granito, cinza e abrasador no Verão, a escassas árvores (algumas estão envasadas e não plantadas no solo), a uma espécie de tanque ou fontanário de águas paradas e, para surpresa geral, a cadeirinhas de madeira do tipo esplanada, ridículas no espaço e nada propícias a cansaços urbanos. Estão presas ao chão por cordões de aço facilmente vandalizados. A passarada, essa, voou para bem longe.
Não sei quais teriam sido as outras inaugurações fulgurosas do Dr. Rui Rio em prol da cultura portuguesa mas se alguém tiver a gentileza de as nomear...

Esquecidos estão os inúmeros teatros e cinemas do Porto, transformados em apetitosos antros de perdição, jogatinas e bingos. Confessionários milionários de outras fés ou votados a património do esquecimento.
Esquecidas foram também as datas de nascimento e morte de poetas que no dia 13 de Junho se deveriam comemorar em nome da cultura portuguesa. Apenas o vizinho Município de Matosinhos se lembrou do poeta que escolheu viver e morrer nesta cidade (www.cm-matosinhos.pt)
Por tudo isto, apetece-me perguntar: Ó Dr. Rui Rio, quando está marcada a próxima inauguração do Eco-Homem? É que com tanto espaço a céu aberto na devolvida e ainda não paga Avenida dos Aliados, onde irá Vossa Excelência fazer o habitual xixi das cinco?

09 junho 2006

Um "orisinal" muito original

Enquanto não me iludo novamente, enquanto não me falta a boca para a verdade, enquanto esta maldita ressaca de férias não passa, divirtam-se neste "site" que engana bem quanto ao grau de dificuldade e infantis passatempos.

http://ferryhalim.com/orisinal/