Sete
Ao dizê-lo, parece uma seta apontada ao coração.
Qualquer coisa de urgente e de fatal.
Como um sinal, um S.O.S. ao sensível.
É uma partida digital num voo sem cronómetro.
Nome de cão, motor de arranque numa avenida ou na própria vida.
É impossível pronunciá-lo de forma lânguida.
Quem o tentar, torna-se pedante ou ridiculamente redundante.
Há quem o escreva com um traço, na cumplicidade dum abraço.
E há também quem seja simples e na infância o faça livre.
Existe nele uma estranha humanidade.
Pertencem-lhe os maiores pecados.
Mortais e todos iguais segundo a carne.
Também é a vida do meu gato, só que ele não sabe.
Está velho e cada vez mais sábio.
E é o número da sorte, um segredo fechado num baralho.
Não é da bruxaria ou da má sorte.
Número mágico tatuado no meu corpo.
Imortal procura do divino.
Como o alquimista transformo o sonho em ouro.
<< Home