O ROMPER DA MANHÃ NA NOITE MÍSTICA
O ROMPER DA MANHÃ
NA NOITE MÍSTICA
III
Vós que torpes e tredos me negais
a meus cantos por vós eclipsados,
Vós que meus altos ramos rebaixais
Gabando meus mais fúteis desenfados,
Vós que atentos e doces me cercais
De lodo e lábia por todos os lados,
Vós que sois em mundanos tribunais
Juízes dos meus sonhos condenados,
Vós que se me pegais quais sanguessugas
Ao fado e à fama que me fazem rugas
E de horas turvas me fazeis rainha,
Levai coisas ambíguas e fugazes.
Só não roubais, ó turba de vorazes,
A lira e a coroa da hora que é a minha.
(Natália Correia, Sonetos Românticos, 1990)
NA NOITE MÍSTICA
III
Vós que torpes e tredos me negais
a meus cantos por vós eclipsados,
Vós que meus altos ramos rebaixais
Gabando meus mais fúteis desenfados,
Vós que atentos e doces me cercais
De lodo e lábia por todos os lados,
Vós que sois em mundanos tribunais
Juízes dos meus sonhos condenados,
Vós que se me pegais quais sanguessugas
Ao fado e à fama que me fazem rugas
E de horas turvas me fazeis rainha,
Levai coisas ambíguas e fugazes.
Só não roubais, ó turba de vorazes,
A lira e a coroa da hora que é a minha.
(Natália Correia, Sonetos Românticos, 1990)
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