28 março 2006

Apostila de Penitência e Aceitação

Irmã
Pelos símbolos mais obcuros da tradição cabalística entrou nos jardins do convento.
Venceu os anjos crepitantes que ardiam na fogueira do mal.
E, se está disposta a beijar o sapo da transformação, é a mim que o fará. Não por ser deusa mas por ser água, fonte crepuscular dum eclipse lunar.
Pela "coincidentia contrariorum" purificou a imagem que temos de Deus e dessa luz que prolonga o fogo do pensamento.
Bebeu o primeiro néctar da imortalidade e as portas do convento abrem-se para a saudar.
No círculo espiritual aperfeiçoou a unidade do tempo e do espaço amoroso.
Ao canto da felicidade reencontrada, juntará na mesma taça a vitória da alma e o mosto da vossa peregrinação.
Por todas as chagas na ponta do seus dedos em delírios de teclas, por todos os rasgões fashion nas vestes da viagem, por todas as marcas indeléveis da purificação, Irmã, seja bem vinda. Nema.